terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Cumbuca - Literatura e Arte * Antonio Cabral Filho - RJ

*A CUMBUCA DE AMARAL E AS BURRAS DO ESTADO*

"A CUMBUCA DE AMARAL E AS BURRAS DO ESTADO
(Revista Cumbuca)
Já circulando a nossa preciosa publicação sergipana, a revista Cumbuca. Cada numero é uma vitória pessoal do seu editor, o jornalista-poeta Amaral Cavalcanti. Essa revista tem no seu rastro de sucesso, a presença estimuladora de várias pessoas, tais como Marcelo Déda, Jackson Barreto, Belivaldo Chagas, João Augusto Gama, Jorge Carvalho, Milton Alves, Benedito Figueiredo, Ricardo Roriz. Todos esses, e mais alguns não citados, deram, em determinado período, e no exercício de atividades diversas, o apoio indispensável para que a luminosa ideia da revista cultural fosse concretizada e mantida.
Esse novo número revela porque Sergipe ainda não perdeu de vez o antigo epíteto aparentemente exagerado, de ser um ¨ninho de águias¨. Águias do pensamento naturalmente. O historiador José de Almeida Bispo vai às origens da sergipanidade, do nativismo, enfocando a revolução dos curraleiros, um tumulto cívico contra a extorsão dos impostos. Isso em 1656. Imaginem se hoje houvesse a mesma coragem de protestar e lutar por direitos.
Rangel Alves da Costa, advogado que vai deixando a profissão pelo ímpeto de escrever, sobretudo sobre o sertão, do qual seu pai Alcino Alves Costa, foi historiador, poeta, romancista, cantador e letrista. Na Cumbuca, Rangel escreve sobre culturas, tradições e resistências no sertão sergipano.
Albano Franco, aposentando-se da política, dando ritmo menos afanoso às atividades empresariais, resolveu, passando os setenta, dar mais tempo para a leitura, a escrita, e tem sido assíduo às sessões da Academia de Letras, levando ideias, estimulando o debate, produzido livros, principalmente sobre suas atividades, suas ideias no campo da economia. Frequenta agora as páginas da Cumbuca, para falar sobre seu pai o político e empresário Augusto Franco. O advogado e jornalista Paulo Dantas Brandão, escreve sobre o seu avô, o jornalista, político e usineiro Orlando Dantas, uma presença forte, uma referencia permanente no debate sobre o desenvolvimento de Sergipe, e as questões sociais no século passado.
Sandra Natividade comenta o ultimo livro da médica, escritora, rebelde criativa e ativista constante, Ilma Fontes. Trata-se de uma biografia do pintor Álvaro Santos, um dos grandes mestres da mágica que se faz com as tintas e o pincel.
Sobre Magnólia. Quem foi Magnolia? As pessoas menos jovens nem sabem de quem se trata e os mais velhos tiveram a boa surpresa de que ele continua vivo. O texto corajoso e o ensaio fotográfico é de Tiago Oliveira. Magnolia foi o gay mais explicito de Sergipe nos tensos e densos anos setenta. Vendia meias masculinas nas ruas, sendol figura requisitada em todos os eventos não convencionais, dos quais a caretice era banida. Talvez o protesto mudo, apenas alegórico, dos que queriam, mas não podiam falar, então, avançavam pela dedetização dos mofados costumes.
Sim, nós temos uma Sinfônica, aliás, coisa da melhor qualidade, fruto dos músicos e do maestro Manis, que os rege e inspira. Mas, alto lá, temos também a Sinfônica enraizadamente nordestina, a Sanfônica de Aracaju. E é sobre ela que Lucas Campelo escreve.
Adelvan ¨Kenobi¨, o nome é assim mesmo, aspeado, escreve sobre fanzines um tipo de publicação, sobre as quais ele demonstra maestria e tão bem as explicita, enumera, e descreve.
A Arte Universal de Véio é titulo da matéria escrita por Ribeiro Filho. Oportuno, indispensável mesmo, lembrar do nosso escultor que faz milagres com um pedaço qualquer dessas madeiras maleáveis que se encontram na caatinga, a umburana, o mulungú. A palavra milagre parece inadequada no caso, mas, basta que se veja uma corrente esculpida por Véio, para que se suspeite de que existe algo que vai além da arte.
Finalmente, chegamos a Rian Santos. Ele é um critico literário e musical que mereceria louvores de um Otto Maria Carpeaux, um austríaco que se veio refugiar no Brasil, e figurava, inigualável, nas páginas inovadoras da Ultima Hora, o marco modernista na imprensa brasileira.
Não diria que Rian estaria ¨se perdendo em Sergipe¨ como na forma da viralatice complexada se costuma dizer, mas ele terá de ir além das nossas fronteiras , até sem daqui arredar o pé. Graciliano teria sido o mesmo Graciliano, se nunca houvesse saído de Palmeira dos Índios. Um dia desses o escrevinhador conheceu Rian, embora como ele frequente as páginas do Jornal do Dia, há mais de dez anos. O escrevinhador comparou Rian, a um tão jovem como ele, critico de arte, critico de comidas e bebidas, e cronista, José Carlos Oliveira. Ele escrevia no Jornal do Brasil, fazendo crônicas diárias, e superava aquilo que poderia ser apenas a platitude de textos sobre pratos e restaurantes.
Era genial, misturava Rimbaud, Sartre, Flaubert, Balzac, Jack Kerouak, e as vezes fazia uma salada poético glutonica. Botava a madame Bovary a namorar com Câreme, e conferia estrelas às casas de pasto onde se aboletava. Assim, fazia a crônica, a fantasia, o poético, a delicia da leitura. Bebedor inveterado, Carlinhos Oliveira, que por isso cedo morreu, reincidentemente aquietava-se mofino, na ressaca, e então tinha a substituí-lo a prestimosidade de uma amiga, a escritora, pianista, poliglota, produtora de patês e terrines, Irene Rodrigo Octávio Moutinho, uma carioca com ascendentes estancianos, que se tornaram heróis sergipanos na guerra do Paraguai, e mais ainda na nobiliarquia do café paulista, com as burras esvaziadas pela crise de 29. Irene substituía Carlinhos Oliveira e ninguém notava mudança no texto, coisa de gente arteira no manejar das palavras. Substituir Rian, certamente exigiria engenho e arte, mais do que facultam as musas tão esquivas. Detalhe: ele não bebe.
Por falar em burras vazias, veio à mente do escrevinhador um acontecido palaciano em anos idos em Aracaju. O governador acabara de nomear um Secretário da Fazenda, e terminado o ato, lhe disse: ¨Fulano, cuide bem das burras do estado¨. O fulano despediu-se, pensou muito, depois retornou ao Palácio, foi encontrar-se com o governador e perguntou-lhe: ¨Doutor o senhor me pediu para cuidar das burras, não seria melhor chamar um veterinário? ¨E o governador respondeu-lhe: ¨Não, não, eu me enganei, falei em burras, mas eu queria dizer burros, aqueles que pagam impostos. É preciso cuidar bem deles¨. Uma semana depois demitiu o efêmero secretário e explicou o ato a alguns amigos: ¨Um burro não pode cuidar das burras, muito menos agora, quando elas estão quase vazias¨.
Pois é, a Cumbuca também induz a isso, causa esses derramamentos de inúteis memórias, e assim, ajuda à Historia, ou estimula a ficção.
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Referências:
Jornal O Capital nº 282;
*Blog Luiz Eduardo Costa*
www.blogluizeduardocosta.com.br 
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segunda-feira, 24 de julho de 2017

Magazine Veia / Revista Literária * Antonio Cabral Filho - RJ

MAGAZINE VEIA
Revista Literária
Editora: Jacqueline Aisenman
Genebra - Suiça
Como Participar
https://veiamagazine.com/comoparticipar/condicoes-de-participacao/
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sexta-feira, 24 de março de 2017

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Joaquim - Revista Literária / Dalton Trevisan * Antonio Cabral Filho - RJ

Joaquim
Joaquim
Joaquim
Joaquim
Joaquim
Editor:
Dalton Trevisan
Curitiba - PR
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Quem desejar conhecer um projeto modernista de estética da arte e da literatura, acesse a Joaquim, editada por Dalton Trevisan entre 1946 1 948:
http://naogostodeplagio.blogspot.com.br/2013/09/a-revista-joaquim-1946-48.html 
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segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Cartografias / Mapa da Palavra * Antonio Cabral Filho - RJ

Cartografias
4ª Edição
Cartografias
3ª Edição
Cartografias
2ª Edição
Cartografias
1ª Edição
Mapa da Palavra
http://mapadapalavra.ba.gov.br/publicacoes/
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CARTOGRAFIAS
é um projeto do governo do estado da Bahia, que através do portal Mapa da Palavra, edita, divulga e prestigia o autor baiano. Confiram!
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